Não
cuido do que não amo
Odeio
o que me convém
Se
não me ensinaram a amar política
Sei
dividir o corpo humano
Em
mil pedaços antropofágicos
Mas
não sei como tramita
Uma
lei no meu estado.
Não
cuido do que ao amo
Odeio
o que me convém
Se
não me ensinaram a amar política
Não
posso ser para o que vim.
Deixam-me
cego para me deixar dormente
A vista
não se cansa só pelo tormento
Tem
coisa mais venenosa que a droga
É o
egoísmo do orgulhoso que só se vê
O seu
espelho espalha sombras
A sexta
feira chega para todos
Mas
no interior é se embriaga com mais gosto
Os
jovens longe da lucidez
E os
velhos sem força de ordená-los.
É dia
de bebedeira
É show
da banda tal
Pena
não ser aquela
Do
Chico Buarque.
A zuada
é tanta que me deixa surdo
Gastam
o que não tem
Possuindo
o que não lhe pertence
Usufruem
da ilusão de ser alguém
Mas
esquecem de construir primeiro os sonhos
Que
os sustém.
A bebida
não sobrou
Mas
de algum modo um não ficou sóbrio
Nessa
hora adormecem-se os sentidos
E a
mente não esconde
Suas
verdades...
Chegará o dia, amigo, em que sentirás a dor do meu peito
Mas
ninguém acreditou em mim.
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