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domingo, 6 de abril de 2014

Dez politizados e um que andava a pé

Não cuido do que não amo
Odeio o que me convém
Se não me ensinaram a amar política
Político não farei por teu bem

Sei dividir o corpo humano
Em mil pedaços antropofágicos
Mas não sei como tramita
Uma lei no meu estado.

Não cuido do que ao amo
Odeio o que me convém
Se não me ensinaram a amar política
Não posso ser para o que vim.

Deixam-me cego para me deixar dormente
A vista não se cansa só pelo tormento
Tem coisa mais venenosa que a droga
É o egoísmo do orgulhoso que só se vê
O seu espelho espalha sombras

A sexta feira chega para todos
Mas no interior é se embriaga com mais gosto
Os jovens longe da lucidez
E os velhos sem força de ordená-los.

É dia de bebedeira
É show da banda tal
Pena não ser aquela
Do Chico Buarque.

A zuada é tanta que me deixa surdo
Gastam o que não tem
Possuindo o que não lhe pertence
Usufruem da ilusão de ser alguém
Mas esquecem de construir primeiro os sonhos
Que os sustém.

A bebida não sobrou
Mas de algum modo um não ficou sóbrio
Nessa hora adormecem-se os sentidos
E a mente não esconde
Suas verdades...



Chegará o dia, amigo, em que sentirás a dor do meu peito
Pois igual a você um dia acreditei em todos



Mas ninguém acreditou em mim.

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