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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

DÊ UM TÍTULO VOCÊ MESMO...por Bara King O'Nelson


Havia um mágico que tinha um poder real de ter tudo o que queria com uma simples palavra. Mas cada coisa que possuía ou lhe era roubado ou era destruído por quem não lhe amava ou era invejado e cobiçado.
Ele acreditava em olhados. Então foi se afastando dos que lhe conviviam. Tinha a sede de ter amigo, mas o interesse deles o impedia de gozar da necessária amizade. Como ele possuía tantas coisas? Ele simplesmente dizia a palavra, mas não entendia bem como tudo funcionava. Elas simplesmente aparecia em sua escada.
Ele um dia sentou-se ao lado de um peregrino que passava ali, e na conversa ouviu daquele homem que coisas estranhas aconteciam na vila inimiga. De tempos em tempos os habitantes reclamavam que suas coisas sumiam diante dos olhos. Não eram somente coisas caras. Mas era o que o mágico precisava na hora que ele precisava.
Era uma tribo mansa, suscetível, ao poder de um bárbaro. Mas aquele mágico não era um bárbaro de nascimento. Ele não tinha nascido assim. Era bom, só não lidava bem com as palavras. Ele pensou consigo. Como poderei dormir tranqüilo se existem famintos da comida que entulho em casa?
Então ele decidiu sair. Ele foi devolver as coisas que havia desaparecido.                 Os habitantes olharam desconfiados. Comentaram entre si sobre quem lhes havia roubado. Nessa hora todos os sentidos dele estavam alertas, e ele, que antes era tido como distraído, nesse momento ouvia seus comentários, via os olhares desconfiados, até mesmo de crianças que tanto adorava. Foi espancado por palavras. As suas costas doíam. Carregava uma cicatriz que não fechava.
E sem que esperasse uma única justificativa daquele mágico, aqueles homens o prenderam, cuspiram em sua cara, lhe falaram palavrões, zombaram de suas mágicas, rasgaram suas vestes bonitas, e seu sapato caro. Por estar nervoso, espessamente nervoso, queria demonstrar seu poder que nessa hora não funcionou.
Nesse momento era uma máquina de homem que não rendia na mesma velocidade, na mesma qualidade, num mesmo entusiasmo da arte ilusionista.