Ainda somos
índios
Ainda
vendemos nossa alma inconscientemente ou não por migalhas, trapos e
penduricalhos.
Ainda
queremos ver a nós mesmos no espelho e não a realidade.
Agora não
mais o homem branco, mas toda a classe branca. A classe do poder. A verdadeira
classe que manda no país.
Era sonho
de Platão que os lideres de uma nação fossem os amantes da sabedoria. Mas o que
vemos então é atuarem os amigos do dinheiro.
Aqueles
que contratam pistoleiros para convencer sem diálogo, os que enviam a polícia
para coagir sem maiêutica. Os que enviam
seus cães mais ferozes para abafar a zona de guerra de ideias sem diplomacia,
nem justiça, nem boa vontade ou bom senso.
Os mesmo
que rejeitam a revolução em vista de uma falsa imagem de ORDEM E PROGRESSO,
quando nos bastidores só impõe a ODE AO REGRESSO.
Pois é
isso: ainda trocamos ouro por dentaduras, prata por pente e bronze por rasuras
do bem comum.
E os
entregamos aos donos de metade do país, chefes das grandes empresas e enormes
espólios da democracia. Bem conheceis vossos tesouros: vão desde times de
futebol, bancos, construtoras, mercadões, a grã-latifundiários da Amazônia.
Estes consideram os territórios indígenas seu quintal, a urna eleitoral é sua
latrina, e os campos de açúcar alagoanos sua senzala mais obscura, porém
lucrativa.
Vivemos no
país que aos seus filhos dá lavagem e aos estrangeiros vende a Friboi da melhor
qualidade. Aqui nada do que se planta, dá: vende-se, e caro.
Amigos,
não é o Redbul que dá asas, mas a verdade, pelo conhecimento. Queres ser livre?
Conhece-te a ti mesmo e aos teus verdadeiros inimigos! O poder vem da mente sã
e a razão vem de um coração livre e com coragem.
Reconheçam
quem de vocês quer lhes prender sem grades. É arma deles cegar o povo,
apagar-lhes a luz da verdade com a isenção da educação nos estados e
municípios.
Falta essa
luz nas escolas. Mas essa fagulha não vem da Hidroelétrica macro-econômica, mas
sim pelo esclarecimento das consciências incautas. Acendeu-se o candeeiro, mas
faltou querosene. Porque dizem que não há recursos suficientes da República
Federativa do Brasil no pavil, ela que é a sexta economia do globo.
Mas não há
problema, a aula não pode terminar, vamos para fora! A sala de aula virou uma
caverna platônica onde a paixão pelo sucesso não liberta, mas aprisiona. Ouço
uma voz que não cala: “Vem pra rua, Vem pra rua!”
Mas até a
luz da lua desapareceu na sua mais triste fase. É lua minguada, igual ao caldo
da merenda que falta. Até a lua tem fase, mas melhora; e tu, Brasil, porque não
agora?!
Um se diz
sensato e grita: vamos para casa apoiar a greve sentado numa poltrona enviando
msn de boa vontade e voto de sucesso.
Já o
sistema divide opiniões. Será que o Estado existe para o bem comum ou para
comer bem?
Formamos
cidadãos ou massa de manobra?
O número
pode estar bonito, mas a letra está torta!
A foto
está linda, mas é uma montagem caseira de Photoshop.
A educação
passa quem não pode passar pra poder deixar passar os que nunca deviam ter entrado.
Trancamos
as portas das escolas contra as drogas, mas os traficantes não estão fora.
O chefe da
quadrilha estudou em Sourbone.
Ninguém
passou de ano na escola-prisão por bom comportamento.
Mas sim.
Existe sim uma luz no fim do túnel do esgoto: um futuro menos roto.
Mas
Michael, eles não ligam pra gente!
O pobre
menino descalço está numa encruzilhada entre a cruz e a espada: ou vai estudar
numa escola violenta ou vai para a roça amolar enxada. O Bolsa-família é tão
pouco que não compra nem uma bolsa para os livros.
O sistema
de ensino é uma rede preguiçosa ao sol de Ipanema: não vê nenhum problema!
Até que um
dia é assaltado! Passe o relógio! O tempo acabou. A sua hora chegou, Brasil, e
agora? O Gigante acordou, vamos embora?
JCARLOSJR.