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sexta-feira, 4 de julho de 2014

SITE QUE CORTA A MÚSICA ONDE VOCE QUER : Online MP3 Cutter

http://mp3cut.net/pt/


Online MP3 Cutter


Aqui está o aplicativo online para cortar músicas. Ele permite que você corte sem esforço um fragmento de música desejado em um arquivo MP3 ou em outros formatos para, por exemplo, defini-lo como um toque personalizado para o seu celular. Nosso aplicativo da Web é gratuito. Foi criado para um único propósito, que é facilitar o uso, diferente dos editores de áudio profissionais complicados:
  1. Apenas abra o arquivo (áudio ou vídeo)
  2. Ajuste o intervalo e clique em «Cortar»
  3. Salve a trilha no disco rígido do seu computador
Instruções detalhadas em como cortar uma música.

Corte MP3 instantaneamente

Ao abrir um arquivo MP3, você pode cortá-la imediatamente. Isso possibilita o uso do aplicativo mesmo possuindo uma conexão de internet lenta.

Crie seus próprios toques para iPhone

Você pode salvar o fragmento cortado em formato M4R, suportado pelo iPhone como um toque. Mais em como criar um toque para o seu  iPhone?

Corte som de um arquivo de vídeo

Se você fizer upload de um arquivo de vídeo, o cortador extrairá o áudio dele. Mais em como extrair som de um vídeo?

Funções de fade-in e fade-out

Essa função pode ser útil ao criar toques para o seu celular. O som começará do silêncio e ficará alto gradualmente em alguns segundos. Leia mais em dicas para corte de música.

Suporte para os principais formatos de áudio e vídeo

Nosso software suporta mais de 150 formatos de áudio e vídeo, incluindo os mais raros. Você pode cortar arquivos em MP3, WAV, WMA, OGG, M4A, etc. Veja a lista completa de formatos suportados.

O Desafio da Qualidade da Educação. ANÁLISE 2


FICHAMENTO TOPICALIZADO

VASCONCELLOS, Celso dos S.


  Falar em qualidade da educação é alvo de paixão  e incertezas, pois não se sabe
em sentido absoluto definir o que é qualidade e qual o  parâmetro  a ser tomado como modelo.
é comum buscar bodes expiatórios para as falhas do sistema educacional.
  A  repetição  de  erros  e  a  ineficiência  dos  órgãos  responsáveis  por  cuidar  da
educação  geram  um  clima  que  vai  da  descrença  ao  desânimo.  Uma  fadiga  se  instaura  e  os
modismos que prometem soluções crescem como o mato em redor da grama.
  As  reações de revolta  não  são  suficientes para promover a mudança necessária
e se espalham como fogo que consome a palha, mas que não dura.
  A  negação  da  educação  aos  mais  pobres  é  um  crime  contra  a  humanidade
inteira e contra a natureza essencial dos indivíduos: todos têm o direito ao conhecimento, de
saber a verdade, de entender o mundo e a si mesmos.


NECESSIDADE DA VISÃO EM CONJUNTO




  Existe  uma  tendência  de  avaliar  a  situação-problema  partindo  de
particularidades e não observando o todo da questão: é a síndrome do cobertor curto.
  Não  é  a  competência  cognitiva  dos  alunos  que  está  em  jogo.  Eles  podem
aprender, eles conseguem, só que  não encontram as condições necessárias dignas ao ser aluno
e  estudante,  sobretudo  em  relação  ao  ambiente  e  aos  moldes  de  educar  advindos  dos
professores, dos institutos de ensino e do governo.


QUALIDADE E SUAS CIRCUNSTÂNCIAS



  Hoje  tem discurso para desculpar todas as falhas da educação. Um deles é de
que  recursos  existem,  mas  não  são  bem  geridos.  É  balela!  A  quantia  devida  à  educação  é
motivo de vergonha para um país tão rico como o Brasil, sexta economia do globo.
  O sucesso na atuação dum professor depende e muito substancialmente da ação
política  de  gestão  educacional  fora  das  salas  de  aula.  Não  dá  para  ir  culpando  só  os
professores pelo fracasso da educação.
  O  desmonte  histórico  (verdadeiros  espólios  em  época  de  paz)  e  a  cultura  da
corrupção (disseminada  não  só no congresso e no Palácio do Planalto)  são  os dois maiores
inimigos do alunado brasileiro.


FENÔMENO RECENTE?


  O fracasso escolar não é fenômeno recente na historia do país
  Ironicamente  a escola para ricos foi feita para  não  funcionar, pois é lucrativo
para essas instituições particulares de ensino que seus “clientes” lhes sejam dependentes.



PROBLEMA SÓ DA ESCOLA PÚBLICA?


  Já  há muito tempo, a classe dominante não  permite que as classes dependentes
se tornem autônomas. E quando oferta algum benefício é para dar com uma mão e retirar com
a outra. A prática que promanam é de excludente.
  Não  raro os alunos de escolas particulares têm ocupado os últimos  lugares nas
avaliações nacionais do PISA e OCDE.
  Os  colégios  particulares  não  têm  os  melhores  alunos  porque  formam  os
melhores  alunos,  mas  porque  escolhem  previamente  para  suas  fileiras  os  que  têm  melhor
desempenho  escolar,  e  com  posses  materiais  suficientes  para  bancar  uma  educação  “cara”
segundo o patamar da maioria.
  Há  sim  colégios  particulares modelos para as escolas públicas, mas  são  as que
adotam uma linha de frente progressista.


FETICHE ESCOLAR



  Nem  sempre  o  professor  compreende  com  clareza  as  imensas  dificuldades
porque passa a educação e as relações causais do fracasso escolar.
  A  análise  mais  crítica  da  realidade  educacional  mexe  com  os  valores,
representações  mentais,  visões de mundo,  emoções, mitos, sentimentos enraizados,  tensões,
lutas, movimentos, práticas superadoras dos atores desse drama real.
  Mitos,  preconceitos  mais  arraigados  e  os  discursos  ideológicos  são  os
pressupostos implícitos e assumem o comando no caso de desorientação e turbulência.
  Isso  não  é  uma  propriedade  apenas  da  macroestrutura.  Está  no  âmago  do
indivíduo.
  O  primeiro a praticar o  exercício  de critica da realidade é o  próprio  professor.
E não deve fazer de ouvir falar. Ele mesmo tem de ser o protagonista da sua evolução.
  O  fracasso  na  estrutura  tradicional  de  ensino  é  colocado  muitas  vezes  como
resultado natural de uma seleção dos melhores, dos mais sucedidos. Percebe-se imediatamente
o conteúdo intencional excludente desse sistema.
  É  preciso  muita  coragem  para  denunciar  a  bagunça  por  que  passamos  e
disposição para ver a realidade e ainda ter forças para sonhar e construir o novo.


CAUSAS DA BAIXA QUALIDADE



    A  grande dificuldade de se compreender é o reducionismo, o alheiamento da
totalidade.
  As  hipóteses  para  explicar  a  não  aprendizagem  dos  alunos  vão  desde  o
desmonte  social,  passando  pelo  desmonte  material  e  simbólico  do  sistema  de  ensino,  o
desmonte objetivo e subjetivo do professor, o  currículo  escolar intrucionista até a avaliação
classificatória e excludente.


COMO SAÍMOS DESTA?



  Aprendamos  com os  africanos: é preciso mudar  pessoas e estruturas. Toda a
sociedade deve se mover para cuidar ensinando e ensinar cuidando de uma só criança.
  As  exigências  básicas  externas à escola são: formação inicial e continuada do
professor; salário, concurso e plano de carreira; melhores  condições  de trabalho; colaboração
das  famílias  na  formação  das  crianças;  valorização  da  escola  e  de  seus  profissionais  pela
sociedade e pelas famílias.
  Exigências  internas às escolas:  Revisão  das práticas e posturas profisssionais
do professor. Ele atua no  âmago  do processo de ensino-aprendizagem e tem interesse pessoal
na  mudança.  Está  em  todo  lugar  (capilaridade,  poder  de  rede)  e  pode  agir  intencional,
sistemática e coletivamente.
  Para  mudar é preciso querer, mas para querer, a vontade precisa ser cativada,
incitada. Um sujeito curioso nasce  também  quando entra em  contato com o novo,  como as
grandes obras pedagógicas.
  Para  que  o  aluno  aprenda  são  necessárias  seis  exigências  (Teoria  DialéticaLibertadora  do  Conhecimento):   Capacidade,   Conhecimento   Prévio,   Acesso   à
Informação,   Querer,   Agir   e   Expressar
  Enfim, precisamos  o quanto antes de uma forma de educar que privilegie mais
o humano não pondo  o número acima das pessoas, com  humildade, com menos ingenuidade,
com mais  consciência  crítica, observando a lógica maior que devemos  seguir: uma formação

humana e humanizante.

O Desafio da Qualidade da Educação



Prof. Celso dos S. Vasconcellos




Existe uma complexidade envolvida na compreensão do sentido da qualidade até mesmo na educação.
A educação política do brasileiro é fraca. Toda a educação está. Ainda.
Diante da dificuldade de se chegar a ela, muitos tendem a se desculpar enquanto culpam a outros pelas mazelas do sistema educacional.
O autor dá uma indireta: interessa aos grandes e poucos a ignorância dos pequenos e muitos.
Até quando não acordaremos depois de tantas denuncias? Não é por falta de saber que não agimos. É um misto de preguiça, descrença e desânimo.
Os modismos querem um status de messias, e são muitos: material didático, tecnologia educacional, construtivismo, projeto político-pedagógico, gestão, letramento, participação da comunidade, PDE, etc.
Os resultados de avaliações nacionais como o SAEB, IDEB, PISA, ENEM, ENADE indicam os dados preocupantes.
Reações há, mas são parcas, tem data de validade baixa.
Eis o “quê” da questão que denuncia tudo o que está de errado: por que os alunos não aprendem? A falha está nele, no professor ou no sistema?
É claro que numa visão totalizante sabemos que pode estar nos três sujeitos. Mas se o aluno não chega a aprender como devia é porque é excluído do aprendizado desde mesmo antes de nascer. O sistema cria o caos e depois não sabe como retroagir para o equilíbrio.



Necessidade de Visão de Conjunto




Os meios de comunicação não são “imparciais” no sentido de não se aterem ao “todo”, mas às partes do problema. É um erros comum aos analistas e aos críticos.
Aprender é se apropriar dos elementos mais importantes da cultura, para se tornar o construtor dela, não um mero expectador.
O país está recheado de analfabetos funcionais. Não sabem porque não leem, não leem porque não sabem e não sabem que é preciso ler. Ainda mais: não sabem que ler é muito mais que traduzir símbolos e signos gravados no papel e que o texto a ser lido é o mundo inteiro.
Existe ainda hoje um preconceito de que é o aluno que não é capaz. De que os alunos dos países vizinhos são mais inteligentes que os nossos. Sobretudo os do nosso Big Brother norte-americano.



A Qualidade e suas Circunstâncias




O Professor tem um papel fundamental na qualidade do ensino, mas não é o maior responsável pelo desmanche no sistema da educação.
Avaliar não serve só para constatar um fato. Até mesmo um cego pode ouvir os anseios da maioria menosprezada.
Os vários e inoperantes discursos ideológicos só fazem atrasar a verdadeira mudança histórica educacional que o país precisa.
Apesar de sabermos que a boa gestão dos recursos que são enviados para a educação são tão importantes quanto a quantia enviada, não podemos deixar de notar o sucateamento das obras recém-criadas e antigas.
O PIB espetacular do país, a rapidez com que se chega a trilhões de reais em poucos meses é espantoso contrastar o esbanjamento e a propaganda externa de que o país está de vento em popa com a aplicação desses impostos.
Avaliação é instrumento de mudança. Não é a mudança. A mudança quem constrói somos nós; os que temos a responsabilidade de eleição do novo. 
Em fim, o problema não é econômico, mas político.



Fenômeno Recente?




O fracasso escolar não é um fenômeno recente.
A escola não funciona porque seria uma “coisa pública” (como se aquilo de que todo mundo cuida fosse coisa de ninguém). Ela não funciona porque o que chamamos de escola não é escola. É “alojamento”. Simplesmente um lugar a mais. Parece que não é feita para ser um ambiente agradável de convivência e aprendizagem. Não tem atrativos. 
Nem os índices de pesquisas que podem ser facilmente adulterados num país corrupto como o nosso disfarçam os fatos: ainda não somos um país letrados em 500 anos de historia.



Problema só da Escola Pública?




Nem os sistemas tradicionais adotados pela classe burguesa em seus colégios e propagados como “sucesso” é capaz de mascarar os resultados fracos de seus alunos nas pesquisas nacionais a exemplo do SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos, da OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Se houvesse um duelo entre o aluno de escola pública e o particular, quem teria mais chances de passar com louvor? É claro que não podem ser igualados na balança, pois desde cedo o que existe é uma seleção financeira, mesmo que involuntária.
Os vestibulares para admissão de novos alunos nos colégios particulares é proibido por lei, mas continuam a ocorrer.
Algumas desses colégios, no entanto, tem adotado mudanças na sua forma de educar e apresentam projetos que servem de inspiração ao ensino público.



Fetiche Escolar




O autor se pergunta se o professor tem clareza da gravidade do problema na qualidade no ensino e convida a reconhecer que a Macroestrutura é o principal responsável pelo fracasso escolar.
Os condicionamentos humanos negativos aparecem com força quando menos estamos preparados psicológica, material e culturalmente. Nesse ponto, o desespero pela falta de opções, o professor como qualquer outro ser humano tende a repetir as antigas sugestões que não solucionam.
A educação é fruto não somente de ações más, mas de negligências. Nem se faz, nem deixa-se que façam. As interferências são conscientes ou não. De qualquer modo causam os mesmos resultados que se veem hoje em dia. 
A lógica que cria essa condição é uma lógica cruel: os fracassos são vistos como seleção óbvia e consequência necessária, a improdutividade é vista como produtividade, os maus-tratos são disseminados como dura prova para a vida, que dar a escola, mas não dar as condições é benefício, que reprovação é insucesso e que só crescemos quando acertamos.




Proposta de Algumas Questões para se Repensar a Qualidade da Educação




Os professores tem uma força da qual ainda não tomaram conta. Desunidos ou desorganizados sofrem com o desafio de sobreviver no dia a dia e o desafio de se unir enquanto classe motivadoras de novas consciências.
O ensino tradicional é de instruir somente, impondo uma “de-formação” fundada na informação apenas. Alcançam a propagação do conhecimento e conteúdo, não do aprendizado.
O autor denuncia que nem todos que são professores são professores porque querem.
Ainda hoje a profissão docente não tem um Código de Ética.
Ironicamente, os que fazem formação pedagógica continuada não gostam de estudar.
Os professores aceitam ensinar sem ter ao menos terminado os estudos acadêmicos. Um fato que seria ilegal, criminoso em outra profissão é tido como normal entre os docente e a sociedade.
Ensinar não é uma tarefa fácil. Não é para todos. E porque é complexa merece melhor recompensas.





Causas da Baixa Qualidade




Os maiores problemas enfrentados são:
Reducionismo e escapismo são as causas pessoais e intimas dos sujeitos que não enxergam a totalidade e seguem culpando a outros pela educação.
Quem não deveria desistir, desiste fácil. 
Extrinsecamente, existe um desmonte social e um outro material e simbólico do sistema.
Desmonte Social: crise de valoração, desemprego, violência, exclusão social, intolerância, preconceito, trabalho infantil, consumismo, desorientação e reestruturação familiar.
Desmonte Material e Simbólico do Sistema de Ensino: escolas funcionando  sem      condições             adequadas         de         instalações,     equipamentos,            recursos; classes superlotadas, falta de biblioteca, quadra, laboratório.
As pessoas não acreditam mais que seja necessário subir socialmente através dos estudos, pois não se espera mais que um bom estudo garanta um bom emprego e ótimo rendimento.
Relação pedagógica artificial baseada no programa a ser cumprido, custe o que custar, independentemente da realidade dos alunos.
O saber é fragmentado.
Fragmentado também é o cotidiano da escola e os horários.
Avaliação Classificatória e Excludente.



Como saímos desta?




É preciso mudar as estruturas e as pessoas, as pessoas e as estruturas.
A reversão do quadro de fracasso passa por algumas exigências básicas externas e internas às escolas.
Formação, Salário/Plano de Carreira/Concurso, e condições de trabalho (trabalho coletivo constante, número de alunos, instalações e equipamentos, quadro funcional completo, material didático)
A Família também deve assumir suas responsabilidades na educação dos filhos.
Valorização social da escola e dos seus profissionais.  
Revisão das práticas e posturas dos profissionais que atuam na escola.

"O que é necessário para que o aluno aprenda?" o autor lembra as seis exigências da Teoria Dialética-Libertadora do Conhecimento: capacidade, conhecimento prévio, acesso à informação, querer, agir e expressar. Essas seis condições são exigidas para aquele que deseja uma mudança sistêmica de toda a realidade social, não somente de um compartimento.

PRIMEIROS OLHARES SOBRE A ESCOLA

FICHA DE LEITURA
FICHAMENTO TOPICALIZADO




DAYRELL, Juarez Tarcísio. A Escola como Espaço Sociocultural






PRIMEIROS OLHARES SOBRE A ESCOLA

  • O autor, Juarez Tarcísio Dayrell, afirma que o olhar sobre a escola deve se fundamentar sob a ótica da cultura. Ela é um espaço sócio-cultural dinâmico que se faz no devir do cotidiano, com sujeitos sociais e históricos variados. Esses são os atores da historia.
  • Antes da década de 80, a instituição escolar era pensada nos moldes das análises macro-estruturais, sob "teorias funcionalistas" (pensadas por Durkheim, Talcott Parsons, Robert Deeben) ou então sob "teorias da reprodução" (Bourdieu e Paresson; Baudelot e Establet; Bowles e Gintis), ambas voltadas mais para o determinismo das classes sociais sob as exigências capitalistas.
  • Em 1980 surge uma nova vertente dos novos movimentos advindos das ciências sociais que tenta converter o quadro anterior e superar o conhecimento dualista da dicotomia criada entre homem-circunstância, ação-estrutura, sujeito-objeto. É um novo humanismo entendendo que a natureza e a sociedade são empreendimentos humanos, humanizáveis e humanizantes.
  • As autoras Szpeleta e Rockell em 1986 privilegiam em suas análises a ação dos sujeitos, na relação com as estruturas sociais em confronto: organização oficial do sistema escolar versus sujeitos reais e cotidianos a ele subordinados.
  • Esses sujeitos não devem ser agentes passivos na “construção” da escola.   Não se constrói a fundação escolar de cima para baixo. A democracia exige que a base popular erija o futuro.
  • Existem processos sociais diversos no ambiente escolar: reprodução das relações sociais, criação e transformações de conhecimentos, conservação ou destruição da memória coletiva, controle e apropriação da instituição, resistência e luta contra o poder estabelecido.
  • Nesse sentido, a escola é compreendida sob duas dimensões heterogêneas: institucionalmente (normas e regras para unificar e por limites nas ações dos sujeitos) e cotidianamente (com uma trama de relações sociais, alianças e conflitos, transgressões a regras e acordos).
  • É próprio da escola atual reproduzir os ensinos tradicionais (a repetição do velho), mas nota-se que há grande probabilidade de utilização de novos métodos (a multiplicação do novo).
  • Professores vivem angustiados com as dificuldades encontradas com a logística de seu trabalho.
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  • OS ALUNOS CHEGAM À ESCOLA
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  • Há um ritual na chegada dos alunos à escola, uma ritmificação de sonoridade que ecoa por meios dos gritos, conversas paralelas e movimentação na vizinhança.
  • No momento do acesso dos alunos à dependência da instituição, o autor percebe uma grande interação entre eles que promove um ambiente descontraído; só que o mesmo não acontece dentro das salas de aula.
  • Na hora do intervalo nota-se a diversidade cultural dos jovens sob vários aspectos: tamanho, raças, atitudes...
  • A estrutura física da escola demarca seus objetivos implícitos, ou seja, excluir os alunos de sua realidade, pois os sujeito ao invés de se deparar com um lugar familiarizado, eles são submetidos a se deparar com muros altos de aparência “pesada” que desestimula a aprendizagem .
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  • A DIVERSIDADE CULTURAL
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  • Dayrell norteia sua análise segundo as questões: “Quem são os jovens alunos?”, “O que vão buscar na escola?”, “O que significa para eles a instituição escolar?”,  “Qual o significado das experiências vivenciadas no espaço-escola?”.
  • Os jovens inseridos na escola são em geral alunos de baixo nível social que almejam ou não uma ascensão social.
  • Esses sujeitos se prendem a uma promoção que se prova insuficiente: "passar de ano".
  • Para a instituição escolar, aluno significa apenas um "objeto" para o qual professor deve cumprir cronogramas anuais. Transmite-se os conteúdos a esses objetos e eles têm a obrigação de aprendê-los (de cor).
  • O projeto político-pedagógico não possui sua função definida, visto que não são considerados os aspectos culturais e sociais dos sujeitos.
  • A escola compreende os alunos com uma ideologia homogeneizante, estereotipando a pluralidade. Todos os alunos são “uma coisa só”.
  • De fato, cada discente quando inicia sua vida escolar traz consigo uma bagagem de experiências sociais que devem ser estimuladas e preservadas.
  • Para o autor, são por meio dessas experiências de vida que os jovens estabelecem sua identidade cultural.
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  • AS MÚLTIPLAS DIMENSÕES EDUCATIVAS DO ESPAÇO ESCOLAR
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  • A escola tem de atender um diversificado público em diversos turnos.
  • O ambiente escolar não propicia o aprendizado. Isso é devido também a uma arquitetura isolada e escura.
  • A própria concepção de “ser escola” é distinta entre instituição e alunos. Cada um a entende de um jeito diferente.
  • Os alunos conceituam esse ambiente como local de ponto de encontro em que vão ter contato com seus pares e desfrutar dos serviços oferecidos pelas merendeiras.
  • Na instituição existem ambientes ociosos que propiciam as transgressões do alunado.
  • A escola visitada pelo autor em sua análise não sinaliza nos seus espaços o prazer por aprender. Os muros são frios e não existe comunicação visual, só existe um cartaz que convida para festa. Toda escola deveria bem utilizar esses espaços para promover melhor o conhecimento.
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  • A ARQUITETURA DA ESCOLA
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  • A estrutura física é um elemento não-neutro, pois retrata sim, de forma proposital, a demarcação de comportamento dos seus usuários, interferindo na forma de circulação, com corredores extensos que levam até a sala.
  • O espaço escolar foi construído de maneira que isola os alunos do espaço exterior. Muros altos são erigidos, mas não impedem nem a violência de entrar, nem o conhecimento de sair voando pelas janelas.
  • Toda essa arquitetura tem sido construída para conduzir os alunos diretamente às salas. E a sala de aula tem sido o único lócus da educação.
  • Apesar disso, os alunos se apropriam do espaço recriando novas formas de acordo com suas vivências sociais. As mesas se tornam arquibancada, as cadeiras são palcos, os birôs são palanques.
  • Da parte da escola não há conscientização sobre a importância do cenário educacional nem a importância da analogia pedagógica.
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  • A DIMENSÃO DO ENCONTRO
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  • A escola é em essência um espaço coletivo que é organizado para promover as relações grupais.
  • Existe uma duplicidade de papéis vivenciadas pelos jovens. Isso é percebido pelo autor no momento em que ele adentra a instituição. O comportamento do aluno tende a mudar em torno do rito de transição de fora para dentro das instalações.
  • A escola não incentiva o encontro à interação entre seus pares, que fica suprimida pelo pouco tempo no intervalo.
  • Nas salas de aulas eles se encontram formando subgrupos que irão se relacionar apenas por um ano. Eles elaboram suas trajetórias de interesses e culturas que dividem o mesmo espaço.
  • A sala de aula nos faz refletir sobre as experiências de convivências em que prevalecem as diferenças.
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  • A DIMENSÃO DO CONHECIMENTO NA ESCOLA
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  • É sabido hoje que na sala de aula a concentração dos alunos dura em média 10 minutos. Após as instruções da professora, a turma desfoca e age de maneira alheia ao momento de aprendizagem.
  • Existe barulho na sala e a professora não toma iniciativa de repreendê-lo para que centralizarem na aula. Isso é comodismo profissional.
  • As aulas têm sido monótonas e não despertam a atenção da turma.
  • Até têm alunos bem comportados, mas pouco interessados.
  • Nelas existem papéis bastante definidos entre professor e aluno.
  • Recebem turmas diversificadas, mas em suma, bagunceira e fracas.
  • Não há um processo de aprendizagem elaborado. Esquece-se a verdadeira dimensão educativa da pedagogia: momentos de encontro, da afetividade, do diálogo.
  •  Enfim, fica claro as enormes dificuldades por que passa a escola brasileira.         A realidade vivida na experiência do autor não é única, mas representa bem o contexto geral.    A escola não condiz com os anseios dos alunos. Mas, ainda assim, pode e deve aprimorar as habilidades humanas nos alunos. 

Fichamento topicalizado do texto: PARÂMETROS CURRICULARES: Língua Portuguesa. Brasília, 1997. P. 19-3



Caracterização da área de língua portuguesa




INTRODUÇÃO
·         


O ensino de Língua Portuguesa está no centro da discussão sobre a melhoria da educação no país desde os anos 80.

·         O cerne do problema do Ensino Fundamental está justamente no quesito leitura e escrita, ou seja, o letramento e alfabetização. 
·         O autor chama de gargalos os dois períodos mais críticos da experiência estudantil: o fim da primeira série e a quinta série. O primeiro pela dificuldade em alfabetizar. O segundo pela dificuldade em usar a linguagem eficazmente.
·         Hoje, por conta da dificuldade dos universitários entenderem o que leem, têm-se focado mais nos vestibulares as questões dissertativas, de escrita e de interpretação. Até mesmo a nota aumenta se o aluno se der melhor nessas questões que nas de múltipla escolha.
·         Reorientação curricular e projetos de formação de professores são as praticas mais comuns para revisão das praticas tradicionais de alfabetização inicial e ensino de língua portuguesa.
·         A causa do fracasso escolar nos anos 60 estava no próprio aluno. Pelos menos era essa a opinião geral. A solução parecia investir em mais exercícios de prontidão.
·         Já em 80, choveu lançamentos de artigos, livros e pesquisas que deslocavam o foco não na questão de como se ensina, mas de como se aprende. O trabalho psico-pedagógico mais importante foi intitulado de “Psicogênese da língua escrita”.
·         Procurou-se compreender as razões do fracasso escolar dos mais pobres. Conclusão: as crianças mais abastadas participavam mais de atividades sociais que exigiam mais o uso da escrita. Eis a razão de sua vantagem.
·         Mesmo assim, ficou provado com o tempo que as crianças em geral têm um conhecimento prévio à escola, sejam elas pobres ou ricas. Esse conhecimento vem da própria vivencia familiar. Comprovou-se que elas sabiam muito mais do que parecia.
·         Alfabetizar-se não é olhar e decorar. Não é só ler gráficos da linguagem, mas chegar a entende-la a partir dos conceitos, segundo a lógica da comunicação.
·         Os exercícios de prontidão e o silabário da cartilha foram duramente criticados.
·         Entrou em campo ciências como a psicologia da aprendizagem, psicologia cultural as psicologias da linguagem: psicolinguística e sociolinguística.
·         É mais frutuoso a leitura escrita com compreensão ativa que a decodificação e o silêncio subserviente.
·         O foco de fala e escrita deve estar no texto, não na sílaba, não na correção do conteúdo produzido pelo aluno.
·         É preciso pensar sobre a linguagem para reproduzir a linguagem no formato escrita.
·         A tecnologia não destrói a escrita, antes a escrita é condição para o indivíduo socializar-se.
·         Infelizmente ainda os chamados “filhos do analfabetismo” (filhos de analfabetos) têm acesso aos estudos mas não sucesso significativo da ascensão social.


Linguagem e participação social
·         
  • É dever de toda a sociedade abrir caminho aos mais novos cidadãos de poderem exercer bem sua função social através do acesso aos saberes linguísticos e culturais necessários.
  • ·         A função essencial do letramento é formar em cada aluno a capacidade de tornar-se independente, um ser autônomo, que saiba fazer por si mesmo uma leitura de mundo, a partir da leitura de uma variedade grande de textos e produzi-los, além de poder assumir a palavra, emitir opinião.



Linguagem, atividade discursiva e textualidade




  • ·         A linguagem é uma atividade dialogal entre sujeitos históricos e com interesses específicos que perpassam classes e grupos sociais
  • ·         A língua é para dar significado ao mundo e à realidade.
  • ·         Linguagem e pensamento não são tem a mesma identidade. Este cria esta. Mesmo assim, ela o representa. São inseparáveis.
  • ·         Toda linguagem humana é intencional e se liga à realidade dos sujeitos, que pode ser recriada e repensada.
  • ·         Enquanto se fala, aprende-se a falar.
  • ·         Ao fazer linguagem o homem se comunica e ao se comunicar ele busca criar discurso, ter o que dizer, a quem dizer, como dizer.
  • ·         Muito da linguagem tem conteúdo inconsciente, mas sempre é intencional.
  •  



APRENDER E ENSINAR

Língua portuguesa na escola

  • ·         Os protagonistas da aprendizagem são: aluno, língua e ensino.
  • ·         O aluno é o sujeito. A Língua Portuguesa é o objeto do conhecimento. O Ensino é o mediador (prática educacional).
  • ·         O ato de aprender não é cem por cento espontâneo. Isto quer dizer que o professor sempre será um elemento necessário ao aprendizado.

Diversidade de textos
·         
  • Para atender à demanda sempre crescente por textos dos mais variados, exige-se da escola que trabalhem com textos mais cheios de vida e menos técnicos e canônicos


Que fala cabe à escola ensinar
  • ·         

  • Apesar das muitas variedades de dialetos no Brasil, ainda há muito preconceito.
  • ·         Esse preconceito existe por conta de duas crenças ou mitos:
  • 1.        De que existe uma só forma certa de falar – a que se parece com a escrita.
  • 2.       Que a escrita é o espelho da fala – é preciso consertar a fala para ensinar a escrever melhor.
  • ·         Saber qual a forma mais adequada de falar num determinado contexto. Eis o que verdadeiro método. Não se trata de falar certo ou errado, mas de falar certo para aquele contexto, ou errado para o mesmo contexto.
  • ·         A correção da forma é menos importante que o poder de comunicação que aquele discurso tem. O importante é produzir o efeito pretendido.
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Que escrita cabe à escola ensinar



ALFABETIZAÇÃO E ENSINO DA LÍNGUA


  • ·         Sempre se considerou que o ensino da língua portuguesa tinha por missão duas tarefas: alfabetização e estudo específico da língua.
  • ·         Na alfabetização: sistema alfabético de escrita (correspondência fonográfica) e convenções ortográficas.
  • ·         No estudo da língua: exercícios de redação e treinos ortográficos e gramaticais.
  • ·         O autor de um texto, de um discurso, não é sempre aquele que o pôs por escrito. Uma coisa é o que o dita, outro é o que o transcreve.
  • ·         O discurso é um recurso tanto da fala quanto da escrita. Eles não são idênticos sempre. Não são réplicas exatas um do outro.
  • ·         É um erro pensar que o ensino do be-á-bá é a única forma de aprender uma língua.
  • ·         Aprender o alfabeto não dá o poder de compreender e produzir textos escritos. É preciso muito mais.



O TEXTO COMO UNIDADE DE ENSINO

  • ·         A escola desde há muito tempo utiliza textos metalinguísticos, auto-reflexos, para ensinar a ler que não fazem mais que entediar os pequenos e ávidos leitores.
  • ·         São curtos demais, frases, na verdade. Não chegam a formar texto, ou não são textos que imponham desafio á sede de saber, à curiosidade.
  • ·         Deveriam em vez disso fazer uso de textos ecléticos, que não fossem apenas cartilhas.
  • ·         É preciso dar ás crianças textos de qualidade, mais complexos e daí ir fazendo as inferências, interpretações.



A ESPECIFICIDADE DO TEXTO LITERÁRIO

  • ·         A literatura não é copia do real, puro exercício da linguagem, mera fantasia.
  • ·         Sua relação com real pode ser indireta, mas só enquanto se apropria dela para recriá-la e transgredi-la, por vezes.
  • ·         A literatura, por isso, está recheada por jogos de aproximações e afastamentos do real.
  • ·         Características essenciais da literatura.
1.        Invenções de linguagem
2.       Expressão das subjetividades
3.       Trânsito das sensações
4.      Mecanismos ficcionais
5.       Procedimentos racionalizantes
6.      Referencias indiciais
7.       Citações do cotidiano.
·         Não é propriedade da literatura ou da leitura literária ensinar:
1.        Ensinar boas maneiras
2.       Hábitos de higiene
3.       Deveres dos cidadãos
4.      Normativas gramaticais



A prática de reflexão sobre a língua
·      
  •    O estudo da linguagem ( a análise linguística) gera reflexão , que é a capacidade de produzir e interpretar textos com destreza.
  •    Dois são os modos de refletir sobre a linguagem: epilinguístico e metalinguístico.
  • O epilinguístico está voltado à reflexão do que é cotidiano, próprio da experiência sensorial extra-texto.
  • O metalinguístico é aquele que vai ao próprio sistema linguístico para lhe categorizar, descrever, sistematizar.
  • ·         A gramática precisa deixar de ser elemento exclusivo do ambiente escolar e fazer parte da vida das pessoas. Ela foi feita para os homens, não os homens para ela.