Translate

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Cultura escondida













Ouço o batuque do tambor vindo das ladeiras da minha cidade, são as pessoas que o tocam, que compartilham a alegria com as crianças. E como é belo ver essa gente do morro sorrir, brincar numa roda de capoeira! É pura cultura e fantasia! Esse misto de jogo, luta e dança que encanta, e estimula o aprendizado. 
Na roda de break o jovem se libera, enche enche-se de expressões e passa ao público a harmonia entre história e cultura popular, são dessas manifestações que eu quero que ganhe respeito, porque é preciso valorizá-las.  
Essa cultura liberta a infância das crianças, mas não raro é por vezes desvalorizada. A mídia realmente conseguiu fazer com que os bairros onde existe esse lindo desconhecido não tivessem vez a nosso ver, e dessa vez eu me pergunto: aonde foi parar aquelas crianças cheias de fantasia e entusiasmo? Ficaram paradas em frente a uma TV vendo coisas desinteressantes que levam a um rumo de vida ruim? Aonde foram parar ? 
Maceió é pequena, mas nem tanto assim; sua cultura não é apenas um toque de um pandeiro que chama os turistas: Maceió é nossa casa, é nossa cidade! Vários jovens no sinal dançando para chamar atenção de pessoas que nem se importam, mas por quê não se importam? Será que elas não veem o quão rico é o saber desses jovens, que fazem a dança com tanta alegria, que passam sorriso e proliferam respeito no ritmo da canção? 
Apenas saber dessas culturas alheias e ao mesmo tempo tão nossas não é suficiente. 
Muitos sabem mas não divulgam elementos tão densos, tão fortes, tão agregadores. Acabam passando o mais ralo, o mais raquítico. Trocam o substrato pelo bagaço. Culpa da mídia. 
A cultura virou coisa de rico, de burguês, porque na visão deles é sinônimo de coisa cara, dispendiosa. Cultura popular, a roda de hip hop, de break, coco de roda, free style não é tão cultura quanto a cultura elitizada? 
Ainda precisamos enxergar o "mano" que está ao nosso lado, que vem dos morros, na favela. O olhar da criança que cresce e pode ter a esperança de conviver com os conterrâneos como numa roda de ciranda ou capoeira. 

terça-feira, 12 de agosto de 2014

texto de Marieta Araújo, aluna acompanhada por mim no PIBID do Fernandes Lima, Barro Duro, Sitio São Jorge, Macéio.