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terça-feira, 20 de abril de 2010

OS EVANGELHOS

                                       

Palavras relacionadas: evangelista, evangelizar, evangelizador, evangelização, evangélico, evangelismo.
O termo evangelho: é grego. Vem de euangélion  - euaggelion - (ev: bom + angélion: mensagem). Significa, portanto BOA NOTÍCIA, BOA NOVA, aquela boa mensagem de Deus para nós, a grande novidade anunciada. “É uma mensagem baseada no passado, interpretada à luz do presente (a vida das primeiras comunidades) e com vistas ao futuro” (José Luiz Sicre, do livro Um encontro fascinante com Jesus – introdução aos Evangelhos).
Existem quatro livros que contam esta Boa Nova, eles receberam o nome de seus autores. Ou seja, o Evangelho, que é um só, é contado por quatro hagiógrafos (escritores sagrados): os evangelistas São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João. Por isso a maneira mais exata  de se referir a eles não seria “o evangelho de são Mateus, mas o evangelho segundo são Mateus”, da mesma forma que na missa se diz: “ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo...
É nessa ordem que eles aparecem nas nossas Bíblias.
Dos quatro, só dois deles foram apóstolos do Senhor: Mateus e João. Marcos e Lucas foram discípulos já depois da morte de Cristo. A palavra apóstolo quer dizer ENVIADO (para uma missão) para anunciar a Boa Nova de Jesus, o Evangelho. Discípulo quer dizer SEGUIDOR, APRENDIZ.
O evangelho não é um livro de pensamentos, máximas, axiomas e frases soltas de uma personalidade. É um livro de ensinamentos que contam a história de um personagem principal. Nesse caso, nosso protagonista é Jesus de Nazaré, o chamado Cristo-Messias. 
Sendo assim, é certo dizer que seria uma biografia? E respondemos: Os evangelhos não são uma simples biografia de Jesus: são mais do que isso! Neles, os autores não se apresentam nem se justificam perante o leitor, não dizem nada de si mesmos, não explicam porque estão escrevendo, não declaram seus métodos. Diferentemente das biografias daquela época, no mundo grego, por exemplo, os evangelistas não dizem muito da aparência física de Jesus, relatam muito pouco de sua infância e negligenciam sua juventude e não contextualizam Jesus no ambiente histórico, social e político de sua época.
Mas a coisa não está em todo resolvida. Até hoje se discute a relação entre Evangelho e a biografia helenística, as biografias Greco-romanas, ou mesmo as aretologias. Na Grécia antiga a aretologia era um tipo de biografia que contava os grandes feitos (milagres, conquistas) de um deus ou de um herói. A forma como os evangelhos foram escritos se assemelha muito a esse tipo de literatura grega.
Apesar disso, os evangelistas querem dar mais importância à palavra que aos fatos relatados de forma objetiva. Por isso a historicidade é menos do interesse dos autores evangélicos que a própria mensagem que Jesus proclama. Desejam orientar uma adesão profundamente pessoal e comprometida com a pessoa e com a obra de Jesus.
Os evangelhos são mais narrativos que descritivos.
Como  gênero literário, se configuram mais a um drama.
Alguns relatos contém discordâncias, mas isso é compreensível pelo fato de serem testemunhos, fruto de experiências pessoais, com pontos de vista específicos, de uma visão de fé compreendida pela comunidade expressa dentro de uma determinada teologia que não deixa morrer o mistério. 
Antes de ser um livro, os evangelhos foram palavra pregada. Antes de serem lido, eles foram ouvidos. Não conta nos evangelhos que Jesus tenha mandado escrever as suas palavras e atos. Ele mesmo não escreveu nada. Os seus discípulos é que puseram por escrito a Boa Nova para não deixar se perder no tempo a vida de Cristo e sua missão e também para que as pessoas percebessem o que é de Cristo e o que não é, para desmascarar os falsos pregadores e profetas, além de promover e edificar a fé do crente e da comunidade crente, como também dos que entram em contato com a fé cristã.
Eles nascem da vontade da comunidade cristã de permanecerem fiéis aos ensinamentos de Jesus Cristo. O Evangelista tenta assim, responder aos questionamentos e curiosidades das pessoas sobre o Mestre Divino, contando-lhes quem é Jesus, o que ele fez e ensinou. Mas sobretudo buscar respostas às dificuldades da convivência na comunidade: o que Jesus poderia ter dito nessa circunstância? O que ele diria sobre nesse momento? Desse modo, os autores dos evangelhos iam atualizando a Palavra de Deus para quem não havia convivido com Jesus, nem com os seus apóstolos.
Os evangelistas usavam para redigir seus textos escritos que eram lidos nas comunidades cristãs contendo milagres, parábolas, debates polêmicos entre Cristo e seus opositores, as profecias de fim do mundo e advento de Jesus na parusia.
Esses quatro não foram os únicos documentos sobre Jesus. Lucas se refere a ele no seu prólogo. Muito certamente existiram outros evangelhos, mas que não foi possível conservá-los até hoje, alguns se estragaram, outros se perderam. Mesmo assim, não estamos falando agora dos apócrifos. Estes não foram reconhecidos como verdadeiros e legítimos pela comunidade dos crentes. Por isso nunca deviam ser usados nas celebrações litúrgicas, nem nas reuniões dos discípulos, pois não eram os livros oficialmente aceitos.
Os assuntos dos evangelhos que os apóstolos pregavam eram: 1. a pregação de João Batista; 2. a missão de Jesus na região da Galiléia; 3. a missão de Jesus na região da Judéia e na capital Jerusalém; 4. sua Paixão, Morte e Ressurreição.5. Aparições do ressuscitado.

OS SINÓTICOS : Os três primeiros livros (Mateus, Marcos e Lucas) tem uma semelhança tal na ordem e no conteúdo que podem ser colocados em paralelo e analisados de uma só vez, com um só olhar. Por isso ficaram conhecidos como SINÓTICOS (por uma só ótica)
Há 330 versículos que coincide nos três, 178 comuns a Marcos e Mateus, 100 comuns a Marcos e Lucas; 230 comuns a Mateus e Lucas.

Ler os evangelhos não é como ler o jornal do dia para se manter informado. Devo me incluir, participar, aceitar que as palavras que Jesus diz, ele o diz para mim hoje. Não é uma mensagem sem sentido que não me atinge. A leitura do Evangelho deve me transformar, levar-me a crescer na fé em Jesus, a não perder a esperança e caminhar com perseverança na caridade que me conduz à vida de verdade, com Deus.

Mateus e Lucas falam da infância de Jesus; Marcos e João, não.
Mateus começa seu evangelho com a genealogia de Jesus. Marcos com a pregação de João Batista no deserto. Lucas com o nascimento de João Batista. João inicia seu evangelho com o famoso Prólogo.
Mateus tem 28 capítulos, Marcos 16, Lucas 24 e João 21.
Marcos é o primeiro evangelho a ser escrito, cerca de trinta anos  após a morte de Cristo, pelos anos 65-67 d.C. O de João é o mais tardio, por volta dos anos 90-100 d.C.
Marcos organiza os seus dados com profunda carga dramática, mas não consegue coletar os ditos de Jesus. Isso o impediu de trabalhar melhor os discursos do Mestre.


Mateus: Conhecido também como Levi. Era publicano, cobrador de impostos antes de ser apóstolo.
Seu Evangelho pode ser dividido em sete partes, que tem como núcleo os CINCO LIVRINHOS em torno de discursos que Jesus proferiu, precedidos pela história da infância de Jesus e sucedido do relato de sua paixão, morte e ressurreição.
Mateus escreve para cristãos de origem judaica. Primeiro ele escreveu em hebraico, depois seu texto foi traduzido para o grego (no ano 70).
Ele apresenta Jesus como um segundo Moisés, maior que o primeiro. Comparar a matança dos inocentes por Herodes com a morte dos meninos ordenada pelo faraó. Comparar também a fuga de Jesus e sua família para o Egito e a ida do povo de Israel para o Egito, na época de José; e as tentações que o povo passou no deserto com as que Jesus passou depois de ser batizado.
Mateus quer mostrar que as Profecias das Sagradas Escrituras se cumprem em Jesus, o Messias esperado, que leva à plenitude as promessas divinas de salvação.
O tema de seu evangelho é o REINO DOS CÉUS. Pode ser considerado “um drama em sete atos” sobre a vinda desse REINO DE DEUS, “que deve restabelecer entre os homens a autoridade soberana de Deus como Rei, finalmente reconhecido servido e amado, tinha sido preparado e anunciado pela Antiga Aliança” (comentário da Bíblia de Jerusalém). 
Marcos (ou João Marcos): É o menor dos evangelhos. Marcos é um discípulo judeu de Jerusalém. Foi companheiro de três grandes Apóstolos da evangelização: Barnabé, que era seu primo, Paulo e Pedro. Ele era deste último o interprete e chegou a escrever as suas palavras em ensinamentos sobre Jesus para os povos de língua grega.
Certa tradição faz ver em marcos aquele jovem garoto que fugiu despido depois que o guarda que fora prender Jesus no Horto do Getsêmani tentou deté-lo. Marcos seria o filho de uma das Marias que seguia Jesus, provavelmente a dona do cenáculo, lugar em que Jesus celebrou a ultima ceia e que serviu para reunião dos primeiros cristãos.
Lucas: Esse discípulo, que era médico, não era judeu como Mateus, Marcos e João, mas de origem pagã, nascido na cidade de Antioquia.
Nasceu em Antioquia. foi  o terceiro a escrever o evangelho e se apoiava para escrevê-lo nos ensinamentos do apostolo Paulo, do qual era discipulo. Lucas na verdade tem duas obras escritas em que uma (Atos dos Apóstolos) é continuidade da outra (o terceiro evangelho), ambas em grego.
João: membro do grupo dos Doze, o quarto evangelista era o discípulo amado, o  predileto de Jesus. Era também o mais novo. antes de seguir a Jesus era discípulo de joao batista, juntamente com o apostolo Andre. era irmão de Tiago menor. é o evangelho escrito mais tardiamente embora seja o mais teológico.
João quer dar a entender o sentido da vida, dos gestos e das palavras de Jesus. para ele Jesus é o Verbo divino feito carne para dar a vida aos homens
Jesus é: o caminho, a verdade e a vida; a luz do mundo; a videira verdadeira;o Bom Pastor; o filho de Deus; o pão da vida; a porta do aprisco.   












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